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Aviação / Política

Rio perde mais de 40% dos voos desde 2014 e Galeão cai oito posições no ranking em 12 anos

RIOgaleao Rio perde mais de 40% dos voos desde 2014 e Galeão cai oito posições no ranking em 12 anos

Em número de embarques, ficava atrás apenas de Guarulhos. Em 2022, com 2,9 milhões de embarques domésticos e internacionais, o Galeão passou a ocupar apenas a décima colocação (Divulgação)

Há 12 anos, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão, com movimento de 8,5 milhões de passageiros, era o segundo terminal aeroportuário mais movimentado do país. Em número de embarques, ficava atrás apenas de Guarulhos. Em 2022, com 2,9 milhões de embarques domésticos e internacionais, o Galeão passou a ocupar apenas a décima colocação, ficando atrás também dos aeroportos de Congonhas, Brasília, Viracopos, Santos Dumont, Confins, Recife, Porto Alegre e Salvador.

Considerando-se apenas os embarques domésticos (1,7 milhão em 2022), o Galeão é superado também pelos aeroportos de Fortaleza e Curitiba. Em 2012, o aeroporto carioca respondia 8,52% dos embarques domésticos do país. Em 2022, o percentual caiu para 2%. Somando embarques domésticos e internacionais, o Galeão concentrou, nos sete primeiros meses deste ano, apenas 36% dos passageiros que partem da cidade do Rio, enquanto o Santos Dumont ficou os 64% restantes, tendo apenas voos domésticos.

A cidade do Rio de Janeiro, como um todo, teve uma redução expressiva na movimentação entre 2014 e 2022

A cidade do Rio de Janeiro, como um todo, teve uma redução expressiva na movimentação entre 2014 e 2022. Segundo dados da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), compilados pela Agência Brasil, o total de viajantes que embarcam nos aeroportos do Rio (Galeão e Santos Dumont), tanto com destino a outras cidades quanto para o exterior, atingiu seu maior volume em 2014: 13,3 milhões. Em 2022, os embarques somaram 7,8 milhões, ou seja, 41% (5,5 milhões) a menos que em 2014.

O pesquisador Rafael Castro, especialista em aeroportos e professor da Cefet-RJ, explica que o Rio de Janeiro, assim como São Paulo e outras grandes metrópoles mundiais, tem um sistema multiaeroportos (SMA), ou seja, é servido por mais de um aeroporto. Nesse caso, é preciso haver uma complementaridade dentro do sistema, com um aeródromo principal e outros secundários.

Para ele, o Galeão deveria ser um aeroporto primário, tendo em vista o seu tamanho a oferta de voos internacionais, a infraestrutura e operações. Já o Santos Dumont, segundo ele, deveria ser o terminal secundário, por ser menor e ter mais restrições operacionais.

Especialistas divergem sobre portaria

Eric Ribeiro Aeroporto Santos Dumond 17 Rio perde mais de 40% dos voos desde 2014 e Galeão cai oito posições no ranking em 12 anos

Rafael Castro acredita que a decisão do governo federal, de limitar voos no Santos Dumont para aeroportos domésticos que fiquem, no máximo, a 400 quilômetros de distância será importante para aumentar o número de passageiros no Galeão (Eric Ribeiro/M&E)

Rafael Castro acredita que a decisão do governo federal, de limitar voos no Santos Dumont para aeroportos domésticos que fiquem, no máximo, a 400 quilômetros de distância será importante para aumentar o número de passageiros no Galeão. “Eu entendo que a lógica do livre mercado é o melhor dos mundos, ao deixar que o mercado se autorregule e defina por onde e para onde quer voar. Mas entendo que, neste momento, é preciso que haja essa intervenção”, avalia.

“Eu entendo que a lógica do livre mercado é o melhor dos mundos. Mas entendo que, neste momento, é preciso que haja essa intervenção”

Já Elton Fernandes, professor do Programa de Engenharia de Transportes do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, acredita que a restrição de voos do Santos Dumont não trará benefícios à cidade, apenas à concessionária RIOgaleão.

“Certamente trará algum benefício para a concessionária do aeroporto do Galeão. Uma ação dessa natureza é extremamente maléfica para o Brasil e para o Rio de Janeiro. Além de dar um sinal muito ruim para as empresas privadas, é uma violência contra aqueles que não ganharam a concessão do aeroporto do Galeão. Imagine se fosse uma empresa privada que tivesse a concessão do aeroporto Santos Dumont. Como seria essa limitação?”, questiona o professor.

“Uma ação dessa natureza é extremamente maléfica para o Brasil e para o Rio de Janeiro. Além de dar um sinal muito ruim para as empresas privadas, é uma violência contra aqueles que não ganharam a concessão do aeroporto do Galeão”

Segundo ele, a sociedade não tem que “pagar” pelo insucesso da concessão e o ideal seria que houvesse uma nova licitação. “Existindo a possibilidade de devolução da concessão, o melhor para o Brasil e para o Rio de Janeiro será promover uma nova licitação. O jeitinho brasileiro para manter a concessionária atual do Galeão terá consequências desastrosas para o processo de concessão no Brasil”, completou.

Fonte: Agência Brasil

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