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Aviação / Política

Abear celebra a participação da aviação no Programa Combustível do Futuro

Abear

É importante que a regulamentação do SAF garanta uma relação de oferta e demanda que permita que o preço seja competitivo com o combustível fóssil (Pixabay/OrnaW)

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) celebra a iniciativa do Governo Federal de incluir a aviação no Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro, assinado nesta quinta-feira (14), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O Projeto de Lei institui o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), que busca incentivar a produção e o uso do Combustível Sustentável da Aviação (da sigla em inglês SAF), como parte do compromisso com a descolonização global do setor. O uso de SAF só será viável para o cumprimento da meta se houver garantia de neutralidade de custos para um setor que tem no combustível cerca de 40% de suas despesas totais.

Portanto, é importante que a regulamentação do SAF garanta uma relação de oferta e demanda que permita que o preço seja competitivo com o combustível fóssil. A redução das emissões de GEE demanda um cenário consistente em busca da descarbonização, considerando quatro pilares: eficiência operacional, novas tecnologias, compensação com créditos de carbono e uso do SAF, que passam por ações imediatas e de médio e logo prazo.

Dentre as ações imediatas adotadas pelas companhias estão a modernização da frota, o uso de novas tecnologias e a busca contínua por eficiência operacional nos processos e nas rotas aéreas. A médio prazo, o mercado de créditos de carbono para a compensação das emissões precisa estar em pleno funcionamento e adequado à realidade das operações e uma definição de política ampla para a produção de SAF, dado que o tempo de implantação e a efetiva comercialização em larga escala demandam um prazo maior.

“Temos convicção que o Brasil possui um grande potencial para liderar o desenvolvimento de biocombustíveis devido à facilidade de acesso a diferentes matérias primas e ao aumento da demanda por todos os países, podendo assumir a liderança global na produção do SAF em larga escala. Para o setor aéreo, o SAF representa 65% do conjunto de medidas para reduzir as emissões até 2050. No entanto, a produção atual mundial só atende 0,15% da demanda, que é de 449 bilhões de litros até o prazo final da meta”, aponta a entidade.

Diante desse cenário, a Abear defende um marco regulatório que traga segurança jurídica para o tema e garanta a produção de SAF em larga escala, dentro dos critérios técnicos exigidos, a um preço competitivo e sem aumento de custos para as empresas, dado que o combustível é o insumo de maior impacto nas operações (atualmente, cerca de 40% do total).

A entidade ainda diz, que não imponha mandato volumétrico de mistura (percentual fixo de uso do SAF), mas flexibilidade para as formas de alcance das metas de redução das emissões. E é preciso considerar a diversidade das rotas tecnológicas/fontes alternativas para a produção do combustível sustentável.

Outo ponto a considerar é a adoção do mecanismo “Book and Claim”, onde o consumo de SAF não fique restrito a uma cadeia física e outras formas de compensação podem ser contabilizadas na meta de redução. E ainda, traga incentivos tributários e fiscais (como a carga tributária zerada na etapa inicial de transição), além de incentivos financeiros diretos para estimular a pesquisa, a produção e o consumo do SAF.

A Abear reconhece, também, o trabalho desenvolvido pela equipe do subcomitê PROBIOQAV, do Ministério de Minas e Energia (MME), que buscou sintetizar as demandas da indústria, refletindo parte das necessidades do setor aéreo sobre a Política de SAF.

A entidade também diz, que o “diálogo com as companhias aéreas é necessário para que externalidades negativas não impactem os passageiros, a conectividade proporcionada pelo setor aéreo e tampouco gere aumento de custos. Nos últimos anos, a associação tem mantido diálogo com o Ministério, em especial com os técnicos responsáveis pelo trabalho, apresentando considerações para a proposta. A Abear se coloca à disposição para continuar acompanhando e contribuindo com o assunto junto aos Poderes Executivo e Legislativo”, finaliza em nota.

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