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Points de Vue

Os novos impulsos do turismo de luxo

Depois de quase dois anos de turismo reprimido, a esperada corrida para o exterior começou a virar uma realidade, mas seguindo ritmos muito diferentes, seja nos destinos – a abertura das fronteiras ainda sendo lenta-, ou seja, nas motivações dos viajantes. Enquanto o setor corporativo recomeça com muita cautela, o lazer parece querer recuperar o tempo perdido e os países abertos para os brasileiros – ontem Mexico e Oriente Médio, hoje França, Portugal ou Suíça, amanhã Estados Unidos e talvez América do Sul- estão sendo retribuídos com níveis de reservas até superior a 2019.

Se todos as viagens de lazer estão aproveitando essa onda, um setor parece aproveitar ainda mais essa fome de viajar: o luxo. O sucesso de dois eventos profissionais, France Excellence e o ILTM, mostrou que o luxo parece viver um momento privilegiado junto aos “key players” do turismo brasileiro. Focado na excelência francesa, o primeiro foi marcado por palestrantes que mostraram novas tendências do luxo – as vezes, assim como o diretor da Hermès para América do Sul- preferindo evitar a palavra luxo e falar somente de alta qualidade. No último debate do evento, Caroline Putnoki, diretora da Atout France, e Alexandre Allard, criador do projeto Matarazzo, concordaram em dizer que luxo é, antes de tudo, cultura e exclusividade.

Tendo deixado a Bienal de Ibirapuera pelos salões do Tivoli, o ILTM foi uma outra demonstração da confiança dos profissionais internacionais na resiliência do mercado das viagens de luxo. “Palaces” e hotéis de luxo de Paris, Londres, Nova Iorque ou Lisboa festejam a volta do seus tradicionais hospedes brasileiros, e as reservas para os próximos vezes deixam esperar para 2022 níveis superiores a 2019. Estações de esqui dos Alpes franceses ou suíços, operadores do Portugal, do Egito, ou dos Estados Unidos confirmaram essas tendências. O otimismo geral terá agora que ser confirmado pelas companhias aéreas por enquanto muito discretas e que ainda devem dobrar sua oferta de assentos para voltar aos níveis anteriores a crise.

Mas além da retomada dos próximos meses, os profissionais devem também aproveitar os encontros realizados nesses eventos – France Excellence, ILTM ou em breve Festuris- para responder as novas exigências do turismo de luxo. Os hotéis vão precisar ainda mais de inovação e de serviços personalizados, com vantagem para aqueles que têm uma história própria ou um patrimônio arquitetural excepcional e souberam valorizá-los. Os agentes deverão propor experiências novas extremamente customizadas, e acima de tudo com conteúdos culturais valorizantes e se possíveis exclusivos.

Um quarto pilar do turismo de luxo sai reforçado da crise, a atenção especial dada a sustentabilidade. Trata se de se assegurar de todas as componentes da viagem, dos cuidados com os transportes utilizados, da certeza dos processos dos hotéis reservados, mas também de dar um verdadeiro conteúdo do respeito do meio ambiente e dos moradores, incluindo opções de compensação de emissão de carbono, ou em alguns casos envolvimento em projetos locais. Cauteloso com bling-bling, rico em conteúdos, o novo turismo de luxo oferecerá assim experiencias com quatro pilares: alta qualidade, exclusividade, cultura e sustentabilidade.

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