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Política

Aprovação, diálogo e ações emergenciais marcam passagem de Marcelo Álvaro no Turismo

Marcelo Álvaro Antonio, novo ministro do Turismo

Marcelo Álvaro Antonio em seu primeiro contato com o setor de turismo, em dezembro de 2018

No dia 5 de dezembro de 2018, Marcelo Álvaro Antônio, que havia acabado de ser eleito como deputado mais votado de Minas Gerais, fazia sua primeira aparição após ser confirmado como ministro do Turismo de Jair Bolsonaro. Reunido com lideranças do Turismo a bordo do MSC Seaview, que fazia sua estreia no Brasil, ele se mostrou discreto e comprometido a garantir um espaço maior do Turismo na agenda governamental e o diálogo aberto com o trade turístico.

Dois anos e quatro dias depois, Álvaro Antônio é demitido pelo presidente, Jair Bolsonaro, após um atrito com Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, se tornar público na última terça-feira (8). Sua demissão já era cogitada em uma próxima reforma ministerial, prevista para fevereiro, mas o ocorrido foi responsável por antecipar a saída.

Entre estes dois momentos, Marcelo acumulou vitórias importantes, que se configuram também como vitórias do setor. Algumas delas demandas antigas do Turismo. Destacam-se a isenção de vistos para turistas de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão, o aumento das aéreas low-cost no país, a vaga no conselho executivo da Organização Mundial do Turismo, o aumento do orçamento do turismo, o lançamento do Investe Turismo e, principalmente, a transformação da Embratur em agência.

Este conjunto de ações teve como uma de suas bases o trabalho realizado pela equipe montada para o Ministério. Nomes como o secretário-executivo e braço direito Daniel Nepomuceno, além de Lucas Fiuza, William França, o já conhecido do setor, Bob Santos e Aluizer Malab, que deixou a pasta no início do ano, ajudaram a pavimentar uma relação sólida do ministério com o mercado, com as lideranças do setor e com investidores.

Aluizer Malabe e Bob Santos, do Ministério do Turismo

Aluizer Malabe e Bob Santos tiveram atuação de destaque em 2019.

Mas sua atuação na pasta ganharia mais destaque junto ao setor em 2020, em meio a crise provocada pela pandemia de Covid-19. Marcelo Álvaro Antônio agiu rápido, ouviu as principais lideranças do Turismo e começou a articular, junto a outros ministérios, para que ações de auxílio direto ao setor fossem incluídas nas medidas provisórias planejadas pelo governo.

MPs como a 936, 944, 948 e 963 estancaram a sangria do setor, garantindo segurança jurídica, fôlego de caixa e crédito para empresas do setor turístico. Este cenário tornou o agora ex-ministro uma quase unanimidade entre as principais entidades que compões o Turismo. Outra ação bem avaliada foi o Selo Turismo Responsável, prontamente adotado por milhares de empreendimentos turísticos.

Videoconferência entre Marcelo Álvaro e promotores de eventos aconteceu na última quarta (15)

Videoconferência entre Marcelo Álvaro e promotores de eventos, realizada em abril

Se um maior espaço do Turismo na agenda e o diálogo com o setor foram promessas daquele 5 de dezembro de 2018 que se confirmaram, a discrição também foi outro destaque de Álvaro Antônio.

Após ganhar espaço no noticiário por denúncias de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas femininas de fachada do PSL nas eleições de 2018, Álvaro voltou a figurar somente em notícias relacionadas ao setor. Mesmo sendo próximo da ala ideológica do governo e um dos fiéis apoiadores do presidente, Marcelo se manteve longe de polêmicas e declarações de grande repercussão. Esta postura mais centrada e focada nas pautas do setor foi inclusive destacada na reunião ministerial que teve seu vídeo divulgado em maio, na qual se limitou a falar sobre ações emergenciais e propor a liberação de cassinos integrados a resorts.

Marcelo Álvaro Antônio deixa o cargo, mas também alguns desafios para o seu sucessor. Um deles é a redução do IRRF para remessas ao exterior, tema no qual trabalhava na criação de uma medida provisória junto ao Ministério da Economia. Outras pautas iniciadas por ele e que precisam de continuidade são o desenvolvimento do Turismo Rodoviário, o escoamento de recursos do Fungetur e a criação de rotas turísticas do Investe Turismo.

Outro vital desafio do sucessor será manter o diálogo com o setor, ainda mais necessário em um cenário de recuperação lenta, previsto para o pós-pandemia.

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