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Entrevistas

Resorts Brasil defende avaliação permanente na qualidade de serviços

Com o objetivo de mensurar a evolução na qualidade e no padrão de atendimento oferecidos pelos resorts no país, a Associação Resorts Brasil vai criar, ainda esse ano (quando completa 15 anos), por meio de uma parceria com o Sebrae e Senac, o Índice Nacional de Competitividade. A medida foi confirmada pelo diretor do La Torre Resort (Porto Seguro), Luigi Rotunno, que assumiu no mês passado a presidência da associação. O dirigente também defende uma política mais agressiva e eficiente por parte da Embratur junto aos destinos emissores em função da valorização do dólar frente ao real. Já no que diz respeito à capacitação dos agentes de viagens, a ideia é valorizar os chamados “especialistas” em resorts, através da distribuição de certificados aos agentes e também às agências que participarem dos programas. Entre as metas para esse ano, está a captação de novos associados, bem como uma maior atenção para o segmento comercial dos resorts junto ao mercado. Outra novidade a ser implementada será a criação do prêmio ABR – Personalidades do Turismo.

M&E – Ao assumir o comando da Resorts Brasil o senhor confirmou o interesse numa parceria com instituições como o Senac e o Sebrae. Como está esse processo e qual o objetivo principal?
Luigi Rotunno –
Nós já temos uma matriz de classificação própria, cujo objetivo é mostrar o diferencial de um resort para os outros meios de hospedagem, mas faltava uma referência junto ao mercado doméstico e internacional para promover anualmente uma avaliação dos serviços prestados ao hóspede. Como o Sebrae já tem uma matriz de competitividade, a ideia foi elaborar também uma específica para os resorts, que não deixam de ser um destino turístico. Por meio deste índice poderemos avaliar melhor como anda a qualidade e o padrão nos mais diferentes segmentos e serviços prestados por um resort, passando pela capacitação até a gastronomia e outros itens. Com isso, passamos a ter também um referencial junto ao mercado internacional, além de promover um maior grau de competitividade, que só contribui para melhorar o padrão de qualidade nos resorts brasileiros. Espero que possamos implantar essa matriz até o início do segundo semestre.

M&E – A conjuntura econômica mudou, o turismo interno se fortaleceu e o Brasil ficou mais atraente para o turista estrangeiro. Qual foi o impacto desta mudança para os resorts? O que já foi percebido nesta temporada de férias?
Luigi Rotunno –
Sem dúvidas que isso se refletiu numa mudança no perfil e nas taxas de ocupação dos resorts. Posso afirmar isso principalmente em boa parte dos 51 resorts associados. O brasileiro passou a viajar mais pelo seu país diante de um cenário de incertezas gerado pela crise econômica e política. Por outro lado, o volume de turistas estrangeiros cresceu bastante, uma vez que o Brasil ficou mais atraente em função da valorização do dólar. Já nesta temporada houve casos em que o volume de hóspedes estrangeiros superou a marca dos 30%, coisa que não acontecia há muito tempo. Até mesmo os charteres voltaram a ser realizados. Veja o caso de Porto Seguro, que chegou no passado a receber muitos charteres e que, em função da crise, praticamente deixaram de ser operados. Nesta temporada passamos a receber uma média de seis charteres semanais e a tendência é que esse volume venha a crescer gradualmente.

M&E – Neste cenário qual deve ser a posição do Governo, mais especificamente da Embratur, responsável pela promoção do país no exterior?
Luigi Rotunno –
Creio que a Embratur deve aproveitar esse bom momento de disparidade entre o dólar e o real, que torna o Brasil bem mais atraente para os turistas estrangeiros. Até mesmo os sul-americanos acabaram se beneficiando e a prova disso é o grande fluxo de turistas que estamos registrando já desde o final do ano. Não se pode perder essa oportunidade única e com os megaeventos, como as Olimpíadas, o Brasil ganha ainda mais destaque. É preciso que o Governo também invista na captação de novos voos e charteres, pois não adianta investir em grandes resorts quando não existe a facilidade de acesso. Claro que os estabelecimentos situados próximos às capitais não têm tanta dificuldade neste quesito, ainda mais agora que as passagens aéreas internacionais estão bem mais em conta.

M&E – Dentro da comemoração dos 15 anos da Resorts Brasil existem ações programadas junto ao trade?
Luigi Rotunno –
Sim. A associação completou 14 anos no último mês de dezembro, com perspectivas positivas para o novo ano. Ainda no 1º semestre a Resorts Brasil vai promover a primeira edição do Prêmio ABR de Personalidades do Turismo, prestigiando operadoras, companhias aéreas, eventos e personalidades do setor. As categorias devem abarcar diferentes áreas e parceiros e terá como júri os associados da entidade, que atualmente somam 49 resorts espalhados por 12 estados do Brasil. O prêmio vem para consolidar o papel institucional da associação e nasce com os 15 anos da Resorts Brasil. Ele deve se repetir anualmente, como uma forma dos associados exprimirem suas preferências e oferecerem um reconhecimento mais que justo aos nossos parceiros.

M&E – Quais são os planos imediatos para 2016?
Luigi Rotunno –
No ano em que completa 15 anos, a Resorts Brasil deve ultrapassar 50 resorts associados, número de destaque em relação aos 13 inicialmente participantes em 2001. Entre os planos para este ano está ainda a capacitação de agentes de viagens, a confecção de um newsletter informativo e a divulgação do site da associação. Quanto ao projeto “Especialistas em Resorts” teremos três edições, sendo a primeira em maio. O diferencial é que vamos oferecer certificados para o agente e para a agência de viagens. Também vamos participar de seis feiras e 14 workshops de capacitação e divulgação, num calendário que começa já em março e se estende durante todo o ano.

M&E – Qual a estratégia para atrair novos empreendimentos associados? E quanto às tarifas, existem abusos no mercado?
Luigi Rotunno –
Temos um número expressivo de associados, mas queremos novas adesões. Existem muitos pedidos de novos resorts que estão sendo inaugurados, mas nosso objetivo não é quantidade, e sim qualidade. Daí existe uma análise técnica para avaliar se de fato esses empreendimentos estão dentro do padrão de qualidade que a associação mantém. Quanto à questão dos preços nos pacotes oferecidos pelos resorts, eu diria que atualmente a principal preocupação diz respeito aos custos. O empresário deseja de fato reduzir seus custos e preservar o cliente. Num momento de crise como este, o reajuste de tarifas não é uma ideia adequada porque você tem uma grande concorrência.

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