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Aviação

B737 MAX: aéreas perdem tempo e dinheiro com treinamentos em simulador

B737 MAX 10

Todas as companhias que possuem B737 MAXs na frota serão obrigadas a treinar seus pilotos em simuladores

Quando revelou ao mundo a chegada do B737 MAX, no dia 30 de agosto de 2011, a Boeing seguia normalmente os padrões de minimizar ao máximo as mudanças realizadas no lançamento de uma nova versão, o que acabaria isentando as companhias aéreas de treinarem todos os seus pilotos através de simuladores, reduzindo custos e o tempo gasto com cada profissional. No entanto, após dois acidentes fatais, a fabricante foi obrigada a voltar atrás.

Nessa terça-feira (7), o CEO interino da Boeing, Greg Smith, que permanece no cargo somente até o próximo dia 13 de janeiro, afirmou que a fabricante norte-americana decidiu recomendar o treinamento de todos os pilotos do MAX em simuladores antes de retomar os serviços da aeronave. A decisão final sobre os treinamentos ainda passará pelos órgãos reguladores, que certamente concordarão com as recomendações da Boeing.

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Sendo assim, todas as companhias que possuem B737 MAXs na frota serão obrigadas a treinar seus pilotos em simuladores, algo que não tinha sido planejado desde o primeiro voo oficial da aeronave, em 2016. Além dos custos com treinamento destes profissionais, o tempo gasto por cada piloto terá consequência direta na retomada do MAX ao serviço. A situação é delicada porque existem apenas 34 simuladores reais que podem ser utilizados para o treinamento de pilotos em todo o mundo, que com certeza não darão conta da alta demanda de profissionais.

Para minimizar o escasso número de simuladores de B737 MAX, os sistemas de treinamento utilizados para o B737NG podem ser modificados para treinar pilotos do MAX, mas ainda é cedo para saber custos e tempo para as alterações necessárias. A American Airlines, por exemplo, maior companhia aérea do mundo, que tem 24 B737 MAXs em sua frota, conta com apenas um simulador para cerca de 4,2 mil pilotos aptos a voar a família B737.

Histórico

O B737 MAX teve suas operações suspensas em todo mundo em março, após o acidente com o voo da Ethiopian Airlines, que vitimou 157 pessoas, o segundo a ocorrer com o modelo em menos de seis meses. Investigações apontaram que os acidentes foram causado por uma falha no software de controle conhecido como MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation Software).

A busca pela retomada se deparou no início de dezembro com uma revelação surpreendente. Documentos mostraram que a FAA sabia do alto risco da aeronave. Ao analisar a segurança do modelo após o acidente com a Lion Air, a agência apontou para uma sombria possibilidade de 15 acidentes fatais durante a vida útil da frota, que é de 30 a 45 anos, um acidente a cada dois ou três anos.

No entanto, o órgão permitiu que a aeronave continuasse em operação com os devidos treinamentos. Dias após a revelação, a Boeing anunciou a suspensão da produção do B737 MAX a partir deste mês.

Com informações da Forbes

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