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Aviação

Diário de Bordo: Global Center – o maior edifício do Mundo

João Pita

João Pita

João Pita visita o New Century Global Center, edifício mais largo do mundo, no fim de mais um dia de World Routes. O evento acontece entre os dias 23 e 27 de setembro, na cidade de Chengdu, na China. Este é o principal evento do mundo do setor e coloca companhias e aeroportos frente a frente para o desenvolvimento de novos voos. O executivo tem trazido as principais notícias e tendências do evento com exclusividade, como correspondente especial para o M&E Notícias de Turismo.

Se você perdeu o primeiro post, do dia 20, leia aqui: Preparando a World Routes. O segundo foi o Saindo de GRU rumo a Chengdu. O terceiro: Primeira parada Abu Dhabi. Na última segunda-feira (26), ele enviou o Emoção e adrenalina em Chengdu. A seguir, veja o texto mais recente, no qual ele conta as impressões do quinto dia de viagem.

Dia 6

Diário de Bordo: Global Center – o maior edifício do Mundo

A grandiosidade sem paralelo do New Century Global Center, edifício mais largo do mundo, obriga-nos a começar o texto pelo fim do dia, logo após o jantar de gala oferecido pela organização do World Routes. É impossível não se surpreender com a imponência do edifício que tem 1,7 milhão de m2, onde foi realizado o evento. A entrada já nos deixa impressionados, tanto pela altura e largura exageradas, quanto pela beleza dos conjuntos comercial e empresarial. Dentro do edifício, temos dois centros comerciais, um parque aquático, área para espetáculos que inclui um lago artificial e bancadas que lembram um estádio de futebol. Dois hotéis e escritórios corporativos completam a utilização dos 100 metros de altura do edifício.

O jantar do Routes é um momento de descontração e conversas informais. O segundo dia é sempre o mais desafiador em termos de reuniões bilaterais – tivemos 19 ao longo do dia – e muita gente volta para casa no fim do terceiro dia. Desta forma, o segundo dia é o mais intenso, terminando com um jantar e entrega de prêmios aos aeroportos que mais se destacam no desenvolvimento de mercado aéreo e no aumento do número de rotas. Os vencedores de cada categoria – ligada ao número de passageiros dos aeroportos – foram Shannon (Irlanda), Atenas, Dublin e Cingapura. Há também um prêmio para o “destino” que mais promoveu o desenvolvimento de rotas com empresas aéreas: o vencedor foi Queensland, na Austrália.

Voltemos ao início do dia para uma análise global das 19 reuniões que o GRU Airport teve ao longo do dia. Podemos sintetizar uma boa parte das nossas conversas em três pontos essenciais: sinais de que a economia do Brasil começa a reverter o cenário de recessão com uma queda do PIB no segundo trimestre de apenas 0,4% e uma perspectiva de crescimento para 2017 entre 1% e 1,3%; confiança absoluta na retomada do mercado brasileiro, concentrando as discussões sobre o tempo que esta retomada irá demorar; certeza de que São Paulo é o mercado a servir à América do Sul, em geral, e ao Brasil, em particular.

Com as companhias aéreas que já operam em GRU, a conversa de 20 minutos tem como foco os números da rota – passageiros, rotas em conexão, performance operacional e comercial – e em discutir quais os planos futuros das empresas para o Brasil e para a América do Sul. Com outros aeroportos, discute-se planos de engajamento com as empresas aéreas que podem ter interesse em começar a rota direta – quando falamos com os aeroportos/Turismo de Las Vegas ou com o Turismo Austrália a conversa busca, primeiro, identificar as empresas aéreas que podem ter interesse na rota; segundo, na discussão de um plano de ação para o engajamento das empresas; e, terceiro, na forma como podemos criar marketing e publicidade para a rota, o que implica o envolvimento dos agentes de viagem e de turismo.

Você sabia?
Que o Changi Airport, em Cingapura, ganhou o prêmio global para o aeroporto que mais se destacou no trabalho com as empresas aéreas e pelo aumento do número de rotas? O aeroporto foi reconhecido pelo trabalho de marketing que faz com as empresas aéreas e engajamento com outros aeroportos para o desenvolvimento de serviços diretos, o que lhe confere o título de sexto maior aeroporto do mundo em termos de movimentação de passageiros.

Que a aviação, tal como o turismo, precisa do binômio população versus economia para ser viável? Em um raio de 100 Km do GRU Airport concentram-se 30 milhões de brasileiros com uma geração de riqueza de 25% do PIB do Brasil. Sozinho, o Estado de São Paulo é a 21ª economia do mundo, representando 32% do PIB nacional.

Que 34% da demanda para a Ásia desde a América do Sul é gerada ou destinada à cidade de São Paulo? São mais de 250 mil pessoas por ano, com crescimento médio de 9% ao ano nos últimos cinco anos. O principal destino é Tóquio com 44,5 mil pessoas, seguido de Shanghai. No total da América do Sul, o valor sobe para 750 mil pessoas, das quais o Brasil representa quase 50%. A previsão é que esta demanda continue a aumentar no longo prazo, a uma taxa de, no mínimo, 6% ao ano.

Que o mercado entre Auckland e Buenos Aires aumentou quatro vezes no último semestre devido à ligação direta da Air New Zealand entre as duas cidades? São mais de 3 mil passageiros por mês que viajam entre as duas cidades.

Que o Pacífico Sul – Austrália e Nova Zelândia e Ilhas do Pacífico – é a única região na qual São Paulo não é o maior gerador de demanda do continente, ficando em terceiro lugar, atrás de Santiago do Chile e de Buenos Aires? Uma ligação direta de Sydney e/ou Auckland a São Paulo aumentaria os números dos atuais 34 mil passageiros por ano para mais de 100 mil com benefício direto para as empresas aéreas e para operadores turísticos.

Mas as reuniões mais importantes deste evento são com empresas que não operam no Brasil e que o GRU Airport entende que podem ter viabilidade comercial em rotas para São Paulo. Por questões de concorrência, não podemos discutir publicamente com quem estamos falando neste momento, mas é óbvio na nossa estratégia que precisamos desenvolver mercados como o Caribe e a América Central – excelentes para os agentes de viagem no Brasil –, Costa Oeste dos EUA, Europa Central e do Leste, além de Japão e China, na Ásia. Sem esquecer que estamos dentro da América do Sul e, por isso, o aumento das ligações dentro do continente é condição necessária para o nosso crescimento sustentado.

Rotas novas têm um efeito direto imediato na geração de demanda de uma dada cidade ou região. A criação da rota de Punta Cana desde GRU Airport aumentou a demanda anual para Punta Cana de 16 mil para quase 60 mil pessoas. Estimar este aumento é um dos pontos centrais das apresentações que fazemos às empresas aéreas. Por exemplo, Las Vegas é o maior destino de São Paulo sem uma rota direta, com mais de 50 mil passageiros por ano. Neste caso, estimamos um estímulo do mercado de mais de 15% com a rota direta.

Insistimos nesta mensagem: rotas diretas entre duas cidades aumentam imediatamente a demanda local e estimulam a demanda em conexão. Isso traz benefícios para a economia, com destaque para as empresas aéreas e a cadeia de turismo – hotéis, restaurantes, museus, agentes de viagens e demais entidades que fazem dos turistas outbound e inbound o seu foco de atuação.

O World Routes está quase no fim, mas isso é apenas o começo do nosso trabalho. Os planos para o futuro, os próximos passos e as ações imediatas que temos de colocar em prática tornam o trabalho de desenvolvimento de mercado uma tarefa diária e permanente. Já na quarta-feira, 28/09, o GRU Airport estará presente pela primeira vez na ABAV Expo Internacional de Turismo, em São Paulo, com um estande próprio. Mas, antes de terminar, ainda temos o último dia de reuniões com mais 15 conversas. Fiquem ligados porque amanhã vamos discutir como continuamos o trabalho depois do encerramento do World Routes.

Até amanhã.

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