Paulistanos preparados para a Copa do Mundo

Carioca, você trocou o Réveillon de Copacabana pelo de São Paulo? Esse foi o questionamento que mais me fizeram na virada deste novo ano. Afinal, o imaginário de todo mundo, principalmente dos paulistanos é, como pode uma pessoa deixar de participar de uma festa que reuniu 2,3 milhões de pessoas e uma queima de fogos conhecida internacionalmente perto da sua casa para vir assistir atrações não tão conhecidas como as do palco da capital fluminense?

A resposta é fácil: São Silvestre. A 89ª edição da tradicional e internacional corrida de rua sempre passou pelo imaginário de todo corredor ou telespectador como um desafio a ser completado. Mais do que um competição de alto nível, capaz de atrair estrelas de vários países, é uma festa do esporte e um evento de todos. Pude correr com feras do Brasil e do mundo, e ao lado de atletas e entusiastas de todos os estados e países no Continente, que queriam terminar o ano de forma saudável e divertida pela ruas paulistanas. Neste ano foram 41 países representados, fato que confirma a força da competição.

Já conhecia São Paulo, muitas vezes desembarquei na cidade para trabalho. Afinal, o Turismo de Negócios é o que move o segmento nos 365 dias do ano. E todas as vezes tive a oportunidade de enfrentar o robusto trânsito das suas avenidas. Desta vez, foi diferente, passei pela mais popular delas, cartão postal e centro comercial do destino, a Avenida Paulista, repleta de atletas, além de teatros, o Pacaembu (estádio de futebol) e monumentos históricos tomados pela multidão de forma pacífica e civilizada, entusiasmados com a competição. Uma verdadeira saga desportiva e de descobrimento da potencialidade multicultural de Sampa, como é carinhosamente conhecida.

Este ano, São Paulo recebe a abertura da Copa do Mundo, e posso falar que a cidade, assim como o Rio de Janeiro, encontra-se preparada para grandes eventos. Claro que assim como a capital fluminense, necessita de alguns acertos na infraestrutura, mas o paulistano sabe abraçar o turista. Em minha mente vou sempre me lembrar do povo aplaudindo os quenianos voadores, os atletas de fim de semana e até aqueles que não são nada disso, que como eu, queriam apenas superar seus limites. Destaque, para as senhoras na frente das suas residências com mangueiras, aliviando o calor de cerca de 35 graus de todos que passavam por lá. E os desconhecidos apoiando desconhecidos com palavras de incentivos para aqueles que se mostravam cansados ou pensavam em desistir.

Que venham mais São Silvestres, corridas de Fórmula 1 e outras competições esportivas. Pois São Paulo mesmo com sua fama de cidade dos negócios tem o potencial necessário para receber bem sempre, não importa a ocasião.

Rafael Massadar