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Redação ME

Uma maneira diferente para descer a serra

Nós paulistanos estamos acostumados a descer a serra para alcançar a praia. Normalmente de carro ou ônibus. A paisagem é muito bonita (quando se opta pela Rodovia Anchieta). No entanto, para muitos de nós, descer a serra significa estar disposto encarar congestionamentos e por vezes alguns aborrecimentos, as belas praias, porém, valem o esforço. Pois bem, estive em Curitiba no último final de semana pra a cobertura do 18º Salão Paranaense de Turismo e experimentei uma outra maneira de descer a serra. E gostei muito!

Já tinha ouvido falar bastante do passeio de trem da Serra Verde Express entre a capital paranaense e Morretes, inclusive em entrevistas com o diretor Comercial da operadora, Adonai Filho. Para aumentar a minha curiosidade, reencontrei um amigo que mora em Curitiba que me contou ter feito o passeio com a família e adorado. As referencias eram ótimas, faltava agora conhecer o atrativo. No domingo (04/03) após o Salão, a Serra Verde e a BWT levaram 600 agentes de viagens para fazer este passeio. Os jornalistas que viajaram pra cobrir o evento também foram convidados. Mesmo cansado após dois dias intensos de cobertura, aceitei acordar antes das 6 da manhã para fazer o passeio. E valeu a pena!

Por todo o trajeto há muito verde tratada Uma maneira diferente para descer a serra

O embarque foi muito tranquilo (confesso que não sei se no dia a dia é realmente assim, já que o grupo de jornalistas teve o direito de “furar a fila”, pois o nosso transfer tinha atrasado e chegamos em cima da hora na estação). A entrada na Litorina Foz do Iguaçu (este era o nome do nosso vagão) já surpreende. A sensação é a de estar em algum filme antigo, pois a luxuosa decoração com móveis de madeira, poltronas confortáveis, quadros, lustres e cortinas carmim em seda. Tudo muito sóbrio, luxuoso, mas na medida certa.

Logo na chegada ao vagão somos recepcionados com espumante. Sim, eram sete da manhã, mas estávamos em um trem de luxo! Antes de aceitar, preferi tomar o lanche antes. Um bom café da manhã com croissant, pão, manteiga, geleia, torta de limão, café, chás, sucos etc. Estômago forrado, aceitei, enfim, o espumante para fazer um brinde com os demais colegas jornalistas do vagão. Um adendo ao atendimento e aos guias. Muito atenciosos e simpáticos, tiraram todas as nossas dúvidas sobre o passeio.

Rio Ipiranga tratada Uma maneira diferente para descer a serra

Rio Ipiranga

São aproximadamente três horas e meia até Morretes e as paisagens são impressionantes. A estrada de ferro pela qual passamos foi inaugurada em 1885 e opera de forma ininterrupta desde então. Em 1996 a linha passou a ser operada pela Serra Verde Express com o trem turístico de passageiros. O trem faz algumas paradas para que os passageiros possam fotografar as paisagens da Serra do Mar. Entre os destaques, a vegetação quase intocada da Floresta Amazônica, que começa a aparecer quando o trem chega próximo a divisa entre Piraquara e Morretes.

Hidrelétrica de Marumbi tratada Uma maneira diferente para descer a serra

Hidrelétrica de Marumbi

Em seguida, começam os tuneis em meio a serra. Os principais atrativos estão o Rio Ipiranga, a Hidrelétrica e a Serra de Marumbi, a Ponte São João. Quando trem passa pelo Viaduto Carvalho é possível ter a melhor vista da serra. Do lado esquerdo do vagão, quando olhamos para baixo, não é possível ver o trilho e a sensação é de estar voando. O Cânion do Rio Ipiranga também proporciona excelentes fotos. No trajeto há ainda uma parada na Serrinha do Cadeado, onde há um mirante com uma vista panorâmica do Parque Estadual do Marumbi.

Quando o trem passa pelo Viaduto Carvalho a impressão é de que ele está voando tratada Uma maneira diferente para descer a serra

Quando o trem passa pelo Viaduto Carvalho, a impressão é de que ele está voando

Mirante da Serra do Cadeado tratada Uma maneira diferente para descer a serra

Mirante da Serra do Cadeado

Igreja de Antonina onde foi gravada a primeira cena de O Astro tratada Uma maneira diferente para descer a serra

Igreja de Antonina, onde foi gravada a primeira cena de O Astro

Para encerrar o passeio, conhecemos a cidade de Antonina e depois fomos convidados a experimentar o mais tradicional prato da região, o barreado. Preparado com carne bovina e que demora pelo menos 12 horas para ficar pronto. Ele é servido com farinha de mandioca e banana e realmente merece a fama que tem. Trata-se de uma comida simples, mas muito saborosa. Devido ao grande tempo de cozimento, a carne praticamente se desmancha. A banana dá um contraste ao gosto marcante da carne e a farinha completa o sabor único do barreado.

No final de tudo isso, descobri um novo significado para a expressão “descer a serra”.

Grupo de jornalistas que fez o passeio tratada Uma maneira diferente para descer a serra

Grupo de jornalistas que fez o passeio

Anderson Masetto

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