MTur reconhece desafios em painel que discute análise do setor

 O painel que abriu o Congresso do Festuris foi marcado por forte críticas a atuação do Governo em relação a políticas de turismo. Ao ser questionado pelo vice-presidente executivo do M&E, Roy Taylor sobre o pouco envolvimento do MTur na promoção das Olimpíadas, junto ao mercado internacional, o secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do MTur, Neosvaldo Lima, admitiu que a entidade vem buscando alternativas para falta de recursos  da Embratur. “As Olimpíadas são uma prioridade. Reconheço que houve durante um período a falta de recursos para promover o Brasil como deveria. Estamos buscando reverter isso apesar das dificuldades, já que, no Governo, o MTur tem o 23º orçamento entre os 30 ministérios do Governo”, admitiu.

Roy Taylor ainda lembrou que o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia previa a vinda de 10 milhões de turistas até 2016. “Tínhamos 5,2 milhões em 2002 e agora só recebemos 6,4 milhões. Estivemos recentemente na FIT em Buenos Aires onde não foram mencionadas as Olimpíadas e na WTM, isso foi feito de forma tímida. Isso demonstra o pouco envolvimento do Governo com um evento deste porte”.

A discussão aconteceu durante “Os desafios da nova conjuntura econômica. Onde estamos para onde vamos’ que abriu oficialmente o Congresso técnico essa manhã, no Palácio dos Festivais.  Com a ausência do ministro Henrique Alves, o painelista entrevistado  foi Neosvaldo Ferreira  Lima,  secretário Nacional do Programa de Desenvolvimento do Turismo do MTur. No evento, Guilherme Paulus, presidente do Conselho da CVC, que atuou como articulador empresarial, pediu medidas concretas para fomento a indústria do turismo. “Precisamos de maior representatividade, melhor articulação. Em cinco anos, durante o Governo Dilma, tivemos cinco ministros do Turismo. Temos que ter mais ações promocionais, como usar as empresas aéreas para promover o Brasil no exterior, filmes e outros”, destacou. Paulus ainda citou Gramado como modelo de sucesso. “Gramado não é Brasil. Gramado viu a oportunidade de crescer, investiu em hotelaria e se desenvolveu como destino turístico”, pontuou.

O executivo destacou em sua explanação a visão empresarial. “Todos sofremos com a crise mas lembro que tudo passa. Precisamos manter nosso negócio vivo. Mas a confiança é tudo e falta isso aos empresários e consumidores. A saída é buscar novos líderes, que podem surgir de onde menos esperamos”. Já Guilhermo Alcorta lembrou que o setor está paralisado e falta articulação do Governo com outros ministérios do Governo.

Rita Vasconcelos da Abav-RS atuou como moderadora. Participaram como painelistas Roy Taylor, vice presidente executivo do M&E, Guilhermo Alcorta, do Panrotas, Márcio Araújo, do Brasilturis. O moderador foi Augusto Godoy, presidente da Abav-RS.

Luiz Marcos Fernandes e Samantha Chuva
Fotos: Eric Ribeiro