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Aviação / Política

Excesso de processos judiciais freia planos da Flybondi de operar voos domésticos no Brasil

Em menos de cinco meses de operação no Brasil os voos da Flybondi já tem mais de 85 de ocupação Excesso de processos judiciais freia planos da Flybondi de operar voos domésticos no Brasil

O excesso de processos judiciais por danos morais fez a low-cost argentina desistir, por ora, de operar voos domésticos no país (Divulgação)

Menos de uma semana depois de se reunir com o secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), Juliano Noman, e com o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ricardo Catanant, para reafirmar o interesse da aérea de baixo custo em operar voos domésticos no Brasil, o CEO da Flybondi, Mauricio Sana, voltou atrás. O excesso de processos judiciais por danos morais fez a low-cost argentina desistir, por ora, de operar voos domésticos no país.

“O Brasil é muito atrativo para nós. É um mercado com muito potencial. Mas o nível de litígios contra as companhias aéreas em caso de problemas operacionais e a forma benevolente como o Judiciário trata o consumidor é um impedimento. Qualquer um que apresenta queixa, ganha. Se isso continuar assim, não vamos voar no mercado doméstico”, disse Sana, em entrevista ao jornal O Globo. Ele afirmou ainda ter conversas com autoridades do setor em Brasília para tratar da questão.

“O Brasil é muito atrativo para nós. É um mercado com muito potencial. Mas o nível de litígios contra as companhias aéreas em caso de problemas operacionais e a forma benevolente como o Judiciário trata o consumidor é um impedimento”

O CEO da Flybondi afirmou que a companhia enfrenta duas vezes mais litígios no Brasil, onde opera cinco voos por dia, do que na Argentina, onde realiza 100 operações diárias. Já segundo cálculos da Anac, a judicialização do transporte aéreo custa algo em torno de R$ 1 bilhão para as companhias por ano no Brasil. E o ministro do Turismo, Celso Sabino, sabe disso. Segundo ele, a judicialização e o preço das passagens fream entrada de novas companhias aéreas no Brasil.

Ministro já afirmou que a grande quantidade de ações judiciais de consumidores contra as empresas aéreas é um problema para a entrada e manutenção de novas empresas no País

Foi o que disse durante participação na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. Na ocasião, ele afirmou que a grande quantidade de ações judiciais de consumidores contra as empresas aéreas é um problema para a entrada e manutenção de novas empresas no País. A audiência debateu o aumento de 24% das passagens nos últimos quatro anos, o que também seria causada pela baixa oferta interna.

Sabino citou o exemplo da norte-americana Delta, que, segundo ele, tem 2% de suas operações no País; mas responde aqui por mais de 50% das demandas judiciais contra a empresa. No caso da Latam, quase todas as ações judiciais são no Brasil, de acordo com o ministro, embora a empresa tenha apenas 35% das suas operações aqui.

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