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Aviação

CEO da Embraer acusa Bombardier de receber US$ 2 bilhões em subsídios e “distorcer mercado”

Paulo Cesar Silva - Retratos - Conselho Embraer - 14 de Marco de 2012

Paulo Cesar Silva

Uma nova polêmica acaba de surgir no mercado mundial de aviação. O Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, Paulo Cesar Silva, afirmou nesta sexta-feira (13), que a fabricante canadense Bombardier só “ganhou” a disputa pela ordem firme de encomendas da Delta Air Lines, devido a subsídios impróprios fornecidos pelo próprio governo do Canadá. “É claro que por vezes ganhamos, por vezes perdemos os negócios neste mercado. Minha acusação, porém, provém da maneira que perdemos esta negociação”, disse.

A fabricante brasileira de aeronaves, de forma “extremamente agressiva”, logo entrou na briga ao oferecer uma frota de aeronaves modelo E190, mas a norte-americana Delta Air Lines acabou optando por aeronaves canadenses modelo CS100 da família CSeries, ao fechar um negócio bilionário para a aquisição de 75 unidades com a opção de compra de mais 50 para a composição da frota. Na época, a própria Bombardier caracterizou o mais novo negócio com a Delta como uma encomenda de “aceitação da indústria” para a família CSeries, que ainda nem entrou em operação.

O o governo da província de Quebec, no Canadá, investiu cerca de US$ 1 bilhão nos programas de desenvolvimento da família CSeries by Bombardier em Montreal, base da fabricante. Por outro lado, a própria fabricante já tinha entrado em negociações com o governo canadense a fim de atrair um possível investimento para seu programa de desenvolvimentos de aeronaves narrowbody, em valores que chegariam também a casa dos US$ 1 bilhão. É neste “fluxo de caixa” que a Bombardier “surfou”, tanto é que o 1T16 financeiro da companhia registra ganhos recordes de aproximadamente US$ 500 milhões.

Delta-CS100

Para o CEO da Embraer, subsídios desleais foram os grandes responsáveis pela Delta ter preterido as aeronaves brasileiras

“Qualquer tipo de subsídio traz uma distorção ao mercado”, disse o presidente da Embraer, Paulo Silva. “Neste caso, o que estamos vendo é o governo do Canadá injetando US$ 2 bilhões – US$ 1 bilhão do Quebec e US$ 1 bilhão do governo federal – para ajudar no desenvolvimento das aeronaves da família CSeries. De acordo com a nossa experiência de mercado e negociações, está claro que o que foi oferecido só foi possível por conta de um grande suporte do governo”, completou Silva.

A porta-voz da Bombardier, Marinella de la Barrera, se recusou a comentar as acusações do presidente da Embraer, mas afirmou que “está muito claro o motivo que fez a Delta Air Lines escolher nossa aeronave: um produto que tem uma tecnologia mais avançada. E a Delta foi bem clara ao expressar os motivos de ter escolhido as nossas aeronaves para a composição da frota”, completou.

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