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Aviação / Turismo em Dados

Sem operar, companhias aéreas da América Latina têm poucos meses de sobrevivência

Impcato das companhias aéreas nas economias da América Latina

Impcato das companhias aéreas nas economias da América Latina

A pandemia de coronavírus (Covid-19) causou um cenário de quase paralisação da aviação mundial. Na América Latina, companhias aéreas reduziram drasticamente sua oferta internacional e doméstica, ou, em alguns casos, suspenderam totalmente a operação, seja por restrições governamentais ou pela queda de demanda. Mais do que impacto das operações, o alongamento deste cenário por mais alguns meses pode levar ao fim de importantes players do mercado na região.

Um estudo da consultoria JP Morgan estimou que as companhias aéreas da América Latina que cancelarem 100% de seus itinerários por um período prolongado sobreviverão entre três e dez meses no máximo. Comparado ao número de voos realizados pelas companhias aéreas da região em 2019, já há uma redução de 65% nas viagens internacionais de e para a região nas últimas semanas de março.

Em alguns países, as reduções de voos internacionais chegaram a 99% e alguns dos principais centros, como Tocumen, no Panamá, Quito e El Dorado, em Bogotá, foram completamente desativados, servindo apenas voos humanitários. O fechamento levou à suspensão total das operações de importantes áreas da região, como Copa Airlines e Avianca.

Além de não faturar, as companhias ainda tentam contabilizar o impacto causado por reembolsos e pelos reagendamentos de viagens, comprometendo a oferta futura e as receitas. O cenário pode ser ainda mais dramático para algumas companhias da região que já contam com um histórico de dificuldades de caixa, incluindo dívidas com fornecedores, contratos de leasing e queda de resultados operacionais nos últimos pelo baixo desempenho econômico da região.

As aéreas da América Latina ainda vivem uma expectativa em relação aos auxílios governamentais, considerados emergenciais por entidades do setor como Iata e Alta. No entanto, ainda não é possível saber quantos recursos economias fragilizas da região poderão destinar ao setor.

Aéreas

A Avianca Holdings, por exemplo, anunciou a suspensão de suas operações até 12 de abril, ainda sem saber o cenário futuro de avanço da pandemia. A empresa, que penou em 2019 para equalizar sua situação financeira, ganhou fôlego no fim do ano com uma proposta de investimento de US$ 250 milhões por parte de United Airlines e com a Kingsland Holdings S.A. No entanto, um cenário sem operações pode afetar este início de recuperação

Aeronaves da Gol paradas no Aeroporto de Congonhas

Aeronaves da Gol paradas no Aeroporto de Congonhas

Outra aérea a suspender as operações foi a Copa Airlines, prevendo retorno em 21 de abril. A companhia ainda foi fortemente impactada pela suspensão das operações do B737 MAX em 2019.

Entre as que atuam no Brasil, Azul e Gol anunciaram cortes de mais de 90% em sua capacidade. A partir do próximo sábado (28), a Gol contará com apenas 50 voos diários, ligando o Aeroporto de Guarulhos a todos os estados brasileiros. A companhia anunciou o corte de salário de executivos e de funcionários durante três meses. A Gol é outra afetada pela crise do MAX por conta de suas operações internacionais.

Aeronaves da Latam estacionadas no hangar em Congonhas

Aeronaves da Latam estacionadas no hangar em Congonhas

Já a Azul reduziu sua operação para 70 voos diários para 25 cidades, drástica mudança para quem chegou a 105 destinos em dezembro. A companhia também anunciou o corte no salário de executivos e a prática de licenças não-remuneradas para funcionários. O cenário também coloca em risco os investimentos de um ano que era inicialmente visto com grandes expectativas pela companhia.

Já a Latam anunciou no dia 12 março a redução da oferta em quase 30%. Apesar de não realizar um novo anuncio desde então, a companhia está realizando adaptações na oferta no País para se adequar à demanda atual. As operações de Latam Equador e Latam Peru foram suspensas. A companhia fechou 2019 com uma dívida líquida US$ 8,9 bilhões.

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