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Aviação

RETROSPECTIVA 2019: O ano da aviação – Parte 2

Retrospectiva 2019

Na segunda parte, retrospectiva mostra novas rotas no Brasil e o momento das principais companhias nacionais.

Mais do que a redução do ICMS sobre o querosene de aviação (QAV), o setor público teve papel importante na aviação nacional. Uma das provas disso foi a aprovação da Medida Provisória que garantiu a abertura de 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. O texto, enviado pelo então presidente Michel Temer, foi aprovado pelo Congresso em maio.

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No entanto, o texto aprovado pelo Senado incluía a proibição de cobrança por bagagem, alvo de polêmica no setor e que gerou preocupação, principalmente por parte das empresas aéreas low-cost, que começavam a entrar no Brasil. O trecho, no entanto, foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro e abriu caminho para mais uma etapa na desregulamentação do setor.

Antes mesmo da aprovação da medida, a Globalia, gigante mundial do Turismo, se credenciou para receber o certificado de companhia aérea brasileira. A empresa ainda estuda como será esta implantação, mas já deu sinais de que pretende estabelecer uma low-cost no país.

CEO da Globalia, Javier Hidalgo, com o presidente Jair Bolsonaro, ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o presidente da Embratur, Gilson machado Neto

CEO da Globalia, Javier Hidalgo, com o presidente Jair Bolsonaro, ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o presidente da Embratur, Gilson machado Neto

LOW-COSTS

Além da primeira companhia “nacional-estrangeira”, o veto às bagagens gratuitas acelerou o processo de entrada das empresas low-cost no Brasil. A primeira delas foi a Norwegian, que iniciou operações entre Rio de Janeiro e Londres no mês de março. Além dela, também já iniciaram voos a SKY (Santiago – São Paulo, Florianópolis, Salvador e Rio de Janeiro), além de JetSMART e Flybondi, que iniciaram operações.

Otávio Leite celebrou a chegada de uma nova low-cost ao Rio de Janeiro

Otávio Leite, secretário de Turismo do Rio de Janeiro, durante o lançamento do primeiro voo da Flybondi

Destaques para as ligações entre Santiago e as cidades brasileiras de Florianópolis e Salvador, da SKY Airlines, a partir deste mês. A Flybondi contará com operações entre El Palomar e Galeão (RJ) e entre Buenos Aires e Florianópolis. Fechando as novas rotas entre as companhias de baixo custo, em janeiro a JetSMART inicia operações na rota Santiago-Foz do Iguaçu, e a Virgin passa a opera Londres-São Paulo.

VOOS INTERNACIONAIS

Até o mês de março, o Brasil contará com 84 novos voos internacionais em 28 diferentes rotas, além de outras 23 frequências adicionais em rotas já existentes. Entre os destaques de voos que iniciaram em dezembro, ou entrarão em operação no início do ano estão  São Paulo-Munique, da Lufthansa, Fortaleza-Madri, da Air Europa, Rio de Janeiro-Nova York, da Delta, e São Paulo-Lima, da Gol.

O aeroporto que contará com o maior número de novos voos é Guarulhos, com 22 novos voos para Munique (Lufthansa), Londres (Virgin), Ilhas Malvinas (Latam), Curaçao (Coredon), Lima (Gol) e Montreal (Air Canada), além do acréscimo de três frequências semanais para Roma, com a Alitalia, totalizando sete, e mais sete para Miami, pela American Airlines, totalizando 21.

Demanda dos Novos Voos e Frequências Adicionais Internacionais  (2019-2020)

Demanda dos Novos Voos e Frequências Adicionais Internacionais (2019-2020)

NOVOS DESTINOS

Mas não foram só as empresas de baixo custo que movimentaram o noticiário de novas rotas. VoePass (antiga Passaredo) ampliou sua malha no interior de São Paulo, assim como Azul, Gol e Latam. O estado passou a contar com operações para Araraquara, Barretos, Santos, São Carlos e Votuporanga, além de ampliar a conectividade em Ribeirão Preto, Viracopos, Congonhas e Guarulhos.

Outro exemplo de estímulo à aviação regional aconteceu no Ceará, que em dezembro anunciou voos para oito cidades do interior do estado. Além dos voos regionais, a malha internacional também foi ampliada com o aumento dos voos de Air France e KLM e também o início das operações da Air Europa no estado, no último dia 20 de dezembro.

Aeroporto inaugurado em Vitória da Conquista (BA)

Aeroporto inaugurado em Vitória da Conquista (BA)

Além destes exemplos outras cidades passaram a ser atendidas por grandes empresas, como Passo Fundo (RS), Dourados (MS), Macaé (RJ) e Vitória da Conquista (BA), que teve seu aeroporto inaugurado. A Azul chegou a 106 voos destinos e a Gol reforçou sua parceria com a Passaredo, além de estabelecer codeshare com a TwoFlex, empresa que entrou no mercado com slots e Congonhas e anunciando a “Ponte-Barra”, que liga o aeroporto da capital paulista à Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Em meio a este cenário, o governo anunciou uma previsão ousada e animadora para o desenvolvimento da aviação. Em palestra realizada durante o Fórum ALTA Airline Leaders 2019, o secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, destacou as duas metas para a aviação brasileira em 2025: ter 200 cidades atendidas pelo transporte aéreo e uma movimentação recorde de até 200 milhões de passageiros.

AÉREAS BRASILEIRAS

A Azul anunciou 200 voos semanais somente em São Paulo, além de reforçar conexões em suas bases de Confins, que iniciou voos diretos para Fort Lauderdale, e Recife. A companhia também investiu em sua primeira parceria de aviação sub-regional, para atender a pequenas cidades no Mato Grosso, em parceria com a Asta. Mas o grande destaque foi a entrada na ponte aérea, com 34 voos diários entre os aeroportos Rio-São Paulo. No fim do ano a companhia ainda anunciou a previsão de seis novas bases para 2020.

Já a Gol anunciou frequências para Cascavel (PR), Passo Fundo (RS), Vitoria da Conquista (BA), Sinop (MT), Barretos e Franca (SP) a partir de São Paulo, além de voos entre Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo. Alagoas também ganhou novos voos. Outra estratégia foi o fortalecimento do hub de Brasília, que hoje conta com conexões para todos os estados brasileiros, além de voos internacionais para Miami, Orlando, Buenos Aires, Lima e Cancún.

Tripulcação do primeiro voo direto Brasília-Cancún da Gol

Tripulação do primeiro voo direto Brasília-Cancún da Gol, com o vice-presidente da companhia, Eduardo Bernardes, durane o lançamento do voo

A Latam apostou na estratégia de remodelação de suas aeronaves para atrair principalmente os viajantes corporativos, O primeiro Boeing 777-300 a passar pelo retrofit foi entregue no fim de agosto.  A desoneração fiscal possibilitou que a companhia apresentasse um aumento de partidas de São Paulo (capital) para Manaus, Salvador, Navegantes, Foz do Iguaçu, Cuiabá, Confins, São Luís, Recife e Rio de Janeiro (Santos Dumont e Galeão). Em Natal, a companhia incrementou outros 13 voos semanais, além de retomar iniciar a rota Salvador-Santos Dumont.

Boeing 777 da Latam com nova configuração

Boeing 777 da Latam com nova configuração

Por fim, a Passaredo assumiu de vez a posição de quarta maior companhia do país, com o fim das operações da Avianca Brasil. A posição foi reforçada após a companhia anunciar a compra da regional MAP, fazendo que a companhia tenha operações no interior de São Paulo e no Norte do País. A companhia também se destacou por ganhar espaço no Aeroporto de Congonhas, chegado a 26 slots, somados os seus horários e os da MAP. Após a aquisição, a companhia anunciou a mudança em seu nome, se tornando VoePass.

STOPOVER

Presidente da Azul, John Rodgerson, entrega uma réplica da aeronave da Azul ao governador João Doria dorante o lançamento do programa de stopover da companhia.

Presidente da Azul, John Rodgerson, entrega uma réplica da aeronave da Azul ao governador João Doria no lançamento do programa de stopover da companhia

Na aviação nacional, o programa “São Paulo Pra Todos” merece um destaque especial. Em um ambicioso plano, que inclui o estímulo à aviação regional, redução do ICMS sobre o QAV e investimentos em infraestrutura turística, o governo também chegou a um acordo com as companhias aéreas para a criação de um programa de stopover. Anunciados em diferentes datas, os programas de Azul, Gol e Latam permitem que os passageiros parem por até três dias no estado e sigam viagem sem pagar nada a mais por isso. A expectativa é de que a ação amplie o número de turistas que visitam o estado a lazer.

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